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A importância dos pais no tratamento da criança

Muitos pais chegam ao consultório preocupados com os comportamentos que a criança ou adolescente está apresentando. No entanto, as sessões que ocorrem com os pais, sejam as iniciais em que a psicóloga realiza a entrevista inicial para levantamento de problemas e história de vida da criança e da família, ou as que ocorrem durante o processo terapêutico, em que são tiradas as dúvidas dos pais ou são dadas orientações aos pais do que podem fazer para orientar, ensinar ou acolher seus filhos, são muito importantes para todo o processo terapêutico.


Vamos imaginar que você quer fazer uma festa para 100 convidados e vai contatar uma empresa para organizar sua festa, mas antes você precisa de um orçamento. Um representante da empresa irá conversar com você e te fazer várias perguntas sobre a festa, como o local, quantos convidados, o motivo da festa, o tema da festa, que tipo de comida e bebida você quer oferecer aos seus convidados, qual a decoração que você gostaria que tivesse, atrações da festa, etc... Sem essa entrevista inicial, a empresa não conseguiria montar um orçamento para você.


Digamos que você encontrou a empresa, gostou do orçamento e decidiu contratá-la. Agora a empresa irá planejar sua festa, no entanto, a empresa ainda precisará ficar em contato com você, pois você precisará decidir algumas coisas, como: itens de decoração, o que você gosta e o que você não gosta, tipo de bebidas, alimentos, onde você gostaria que ficassem localizadas as mesas, o palco ou o cenário de fotos... enfim, são muitos detalhes e você precisa decidir.


Você também pode entrar em contato com a empresa para saber como está o planejamento da sua festa, tirar suas dúvidas ou pedir alguma coisa diferente, mudar de ideia sobre algum item que você havia incluído... enfim, você irá contar com a empresa para realizar a sua festa da melhor maneira possível.


No dia da sua festa, a empresa ficará em contato com você para que a festa seja o melhor possível e se algum imprevisto acontecer, a pessoa responsável pela execução da sua festa pode pedir a sua opinião para que você decida sobre o que deve ser feito.


Você também pode mudar de ideia e precisar contatar a empresa, a qualquer momento, para relatar suas novas ideias, suas dúvidas, receios... enfim, a empresa vai ouvir você, tirar suas dúvidas e também aconselhar você, baseado na experiência que a empresa tem com realização de festas semelhantes à sua para que tudo saia perfeito.


O processo psicoterapêutico é semelhante à organização de uma festa, pois é necessária uma entrevista inicial para entender as dificuldades, o que você busca e o que espera da psicoterapia. Assim como, durante a execução, no caso, a própria psicoterapia, você pode tirar suas dúvidas e receber orientações de comportamentos que podem ajudar a criança ou adolescente e ajudar você a lidar com o que está acontecendo, de forma que se tenha sucesso na psicoterapia, ou seja, para que os objetivos da psicoterapia sejam alcançados.


Costumo dizer que trabalhamos em equipe: os pais, a escola, a criança e eu. E se a criança for atendida por outros profissionais, esses também fazem parte da nossa equipe. A criança passa cerca de 50 minutos na terapia por semana e o restante do tempo dela em casa e na escola. Os pais são fundamentais nesse tratamento, pois são eles que vão dar continuidade ao tratamento da criança, eles vão acolher, ensinar, ouvir, dar novos exemplos, pensar em estratégias para lidar com os problemas... enfim!



O atendimento infantil tem uma complexidade maior por envolver outras pessoas além da própria criança ou adolescente em atendimento.


Quando os pais entendem a importância do seu papel no tratamento, a criança começa a melhorar, buscar ajuda no que ela precisa, começa a expressar suas emoções, pensamentos e desejos em casa, pois sabe que será ouvida, acolhida e orientada. Quando isso não ocorre, o processo de melhora pode ficar prejudicado, pois a criança costuma levar suas dúvidas e dificuldades somente na sessão de terapia, nos 50 minutos semanais que estão disponíveis para ela ser ouvida e orientada.


Caso você tenha dúvidas se está indo no caminho certo, observe seus próprios comportamentos, como seu filho ou filha reage à forma como você o(a) ensina, acolhe, orienta. Você também pode relatar essas dúvidas à psicóloga em uma sessão de orientação de pais, com certeza vocês podem refletir junt@s sobre isso.

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